A Cabeça de Mamãe


Velocidade de Cruzeiro

Apatia, antipatia e simpatia são palavras estritamente relacionadas ao filme A Cabeça de Mamãe (França, 2007), afinal, as naturezas respectivamente apática e antipática de mãe e filha – protagonistas da obra – acabam por impedir arroubos de cumplicidade e simpatia do público para com as personagens.
Ok, esta é uma produção feita por e para mulheres, razão pela qual o clube da Luluzinha tende a apreciar com facilidade maior a história da conturbada relação entre a adolescente com um pé na rebeldia e a mãe cujos olhos só enxergam o passado. Contudo, é inegável que algo paira ao longo de todo o longa, qual seja a sensação de que muito pouco faltara para que seu apelo fosse mais universal e seu resultado final mais satisfatório.
Não que este seja um produto irregular, vale frisar, pois, na verdade, o que se percebe é uma velocidade de cruzeiro que tanto evita tropeços de qualidade quanto impede qualquer decolagem.
Neste contexto, A Cabeça de Mamãe carece de autenticidade, dada a nítida intenção da diretora Carine Tardieu em emular Jean-Pierre Jeunet e seu Fabuloso Destino de Amélie Poulain, tarefa essa um tanto quanto complexa, eis que além de não gozar do lirismo e poesia característicos de Jeunet a cineasta acaba agregando ao seu trabalho semelhanças não tão bem vindas com a obra supracitada, bem como com os romances produzidos aos quilos em Hollywood.
Da forma como ficou, A Cabeça de Mamãe rende um mero passatempo, o que é uma pena já que a produção dispunha de plenas condições para ir muito além do escapismo.

COTAÇÃO: ☼☼☼

 

Ficha Técnica

Título Original: La Tête de Maman
Direção: Carine Tardieu
Duração: 95 minutos

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